Nesse blog, gostaríamos de homenagear a querida Amora (@amoresdequatropatass), que conviveu com o diagnóstico de megaesôfago. No Instagram, sua mãe Gabi Oliveira (@gabioliveirai) narrou os dias da família e da rotina da Amora.
Infelizmente, Amorinha partiu no último dia 23/08/21.
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O que é Megaesôfago?
Megaesôfago nada mais é do que uma dilatação do esôfago, resultante de distúrbio primário (congênita), secundário adquirido ou idiopática.
Para entendermos melhor essa disfunção, primeiro vamos entender sofre as funções do esôfago.
A principal função do esôfago é o transporte de líquidos e sólidos ingeridos da cavidade oral até o estômago, através de músculos.
Conforme o alimento passa pela faringe, estimula os mecanismos de peristaltismo no esôfago, contraindo as porções superiores e relaxando as porções inferiores, levando o bolo alimentar em direção ao estômago.
O megaesôfago caracteriza-se pela ausência ou pela diminuição acentuada dos plexos nervosos intramurais do esôfago, determinando distúrbio motor esofágico à deglutição. Quando esta destruição celular atinge níveis de 50% a 95%, ocorre uma progressiva desorganização de toda a atividade motora e dilatação do órgão.
Megaesôfago Primário ou Congênito:
O megaesôfago congênito corresponde à hipomotilidade e à dilatação generalizada do esôfago, provocando regurgitação e subdesenvolvimento do filhote após o desmame. A patogenia da forma congênita ainda não está completamente esclarecida, embora estudos apontem para um defeito na inervação aferente vagal para o estômago, tudo é incerto.
2. Megaesôfago Secundário Adquirido:
O megaesôfago secundário adquirido ocorre como consequência de causas primárias que provocam alterações motoras no esôfago ou no esfíncter gastroesofágico, determinando sua dilatação passiva. As principais causas de megaesôfago secundário são miastenia grave, lúpus eritematoso, polimiosite, polineurite, neuropatias degenerativas, hipoadrenocorticismo, hipotireoidismo, déficit de tiamina, intoxicações por metais pesados (chumbo e tálio), tumores (principalmente timoma) e problemas cervicais.
No magaesôfago adquirido secundário pode-se observar fraqueza, paresia ou paralisia, ataxia, náusea, disfagia, dor ou depressão.
De acordo com Washabau (2004), a miastenia grave do animal é responsável por pelo menos 25% dos casos secundários. Em alguns casos da miastenia grave, a regurgitação e a perda de peso podem ser apenas os sinais de manifestação da enfermidade, enquanto na maioria das ocorrências de megaesôfago secundário adquirido, a regurgitação é meramente um dos vários sinais clínicos.
3. Megaesôfago adquirido idiopático:
Não há um estudo científico para a maioria dos casos de megaesôfago que se iniciam na fase adulta. A síndrome é de ocorrência espontânea em cães adultos com 7 a 15 anos de idade, sem predileção por raça ou sexo. E essa forma é a principal causa de regurgitação em cães.
Sintomas:
Alguns sintomas da doença são regurgitação de alimento e água, perda de peso ou crescimento deficiente, hipersalivação e som de borbulhas a deglutição. Outras alterações também podem ser observadas no megaesôfago, como tosse, corrimento nasal mucopurulento e dispneia com pneumonia por aspiração concomitante.
A principal manifestação clínica de megaesôfago é regurgitação. Mas não confunda regurgitação com vômito, náusea ou disfagia.
A regurgitação é um processo passivo, no qual o alimento cai da boca no animal de forma passiva, pela força da gravidade.
O vômito exige fortes contrações musculares, frequentemente envolvendo o diafragama e músculos estomacais para esvaziar o estômago de forma ativa.
Diagnóstico:
Assim que notar algum deste sintomas, leve o animal imediatamente ao veterinário. O alargamento do esôfago pode ou não ser notado através de radiografia, palpação ou endoscopia. Este exame permite visualizar com maior precisão o canal dilatado. O médico veterinário pode pedir também exames de sangue, de urina e bioquímicos séricos para tentar descobrir as possíveis causa secundárias do megaesôfago.
Tratamento:
Até o momento, não há cura ou tratamento clínico que solucione a debilidade esofágica congênita. Indica-se um tratamento dietético conservador, a fim de evitar o agravamento da dilatação e a aspiração.
O animal deve ser alimentado com alimentação pastosa, em uma plataforma elevada que requeira o animal fique em pé. Desta maneira, o esôfago cervical e torácico permanece em posição vertical quando o alimento é ingerido, o que permite que a lei da gravidade auxilie a passagem do alimento através do esôfago para o estômago.
Esta posição deve ser mantida por cinco a dez minutos após a alimentação. Oferecer várias refeições por dia em pequenas quantidades também evita a retenção de alimento no esôfago.
Ainda que o esôfago permaneça dilatado, alguns animais podem ter boa qualidade de vida, com o adequado manejo nutricional.
Prognóstico:
Por conta de regurgitação, o cachorro corre o risco de acidentalmente inspirar alimentos ou fluidos para dentro dos pulmões e isso pode causar pneumonia secundária.
A morbidade e a mortalidade decorrentes do megaesôfago adquirido permanecem inaceitavelmente elevadas. Vários animais eventualmente sucumbem aos efeitos da subnutrição crônica e ao episódio repetido de pneumonia por aspiração.
Os animais com megaesôfago adquirido secundário apresentam prognósticos mais favoráveis caso a doença primária possa ser prontamente identificada e tratada com êxito.
Segundo Longshore (2008), a pneumonia e a má nutrição são as causas que podem levar à morte.
Cães com megaesôfago irão precisar de total dedicação dos tutores para garantir a nutrição adequada. Apesar de ainda não haver cura para a doença, o animal consegue ter uma vida longa e feliz.
Caberá ao médico veterinário informar qual a melhor forma de alimentar o cão.
Para conhecer a história dessa família, acesse: www.instagram.com/amoresdequatropatass
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